Um trabalho conjunto entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),
tenta encontrar na nanotecnologia uma solução para vencer a luta contra o
novo coronavírus. A missão é produzir nanofármacos, ou seja, remédios
em uma escala reduzida, mas que são certeiros e com menos efeitos
colaterais.
Os pesquisadores estão usando fármacos já conhecidos e
transformando-os em uma plataforma nanotecnológica, o que significa
colocar o medicamento em nível de tamanho molecular quase atômico. Isso
quer dizer que a precisão do fármaco se torna maior e a quantidade de
medicamento é reduzida, o que, por consequência, ameniza efeitos
adversos, como explica Ralph Santos-Oliveira, especialista em
nanorradiofarmácia e analista sênior da Comissão Nacional de Energia
Nuclear.
“Tem a grande vantagem de você melhorar a terapêutica do paciente,
pois ele toma menos medicamento, o medicamento é mais efetivo, e esse
paciente apresenta bem menos efeito colateral.”
A pesquisa conta ainda com ajuda de profissionais da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Maranhão
(UFMA). Os laboratórios já estão fazendo testes in vitro para que possam
ser, depois, testados em cobaias e humanos infectados. Daniela Santoro
Rosa, professora do Departamento de Microbiologia, Imunologia e
Parasitologia da Unifesp, explica que o trabalho tem duas frentes e a
expectativa é que o resultado possa ajudar brasileiros e estrangeiros o
mais rápido possível.
“Inicialmente nós estamos desenvolvendo dois nanossistemas, um para
ser utilizado nas formas leves de Covid-19 e outro para ser utilizado
nas formas mais graves, quando existe comprometimento respiratório mais
acentuado. No momento a gente quer fazer com que essas drogas possam ser
utilizadas na clínica na pandemia, que é um problema iminente bastante
grave.”
Ainda segundo Daniela, que trabalhou no desenvolvimento de vacinas
contra o HIV e, recentemente, pesquisou os vírus Zika e Chikungunya,
outro objetivo é desenvolver produtos inéditos e 100% nacionais, o que
evitaria ao Brasil esbarrar em questões de importação, problemáticas
neste tempo de pandemia.
Por Agência do Rádio Mais
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