O plenário da Câmara
dos Deputados aprovou hoje (9) um projeto de lei que suspende por 90
dias a inclusão de novos inscritos em serviços de proteção ao crédito
como Serasa e SPC, o chamado cadastro negativo. A medida segue para
análise do Senado Federal.
O texto é mais uma das medidas de
enfrentamento à pandemia do novo coronavírus e terá validade retroativa,
a partir de 20 de março deste ano. O PL autoriza a Secretaria Nacional
do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça a prorrogar a suspensão
das novas inscrições nos cadastros de devedores enquanto durar a
emergência em saúde pública.
Segundo o relator do projeto, deputado
Julian Lemos (PSL-PB), a medida tem o objetivo de garantir acesso ao
crédito a quem foi prejudicado com as medidas adotadas durante a
pandemia. Pelo projeto, em casos de cobrança de multa por descumprimento
da norma, o dinheiro deverá ser aplicado em medidas de combate à
covid-19.
Contrário à proposta, o deputado Marcel Van
Hattem (Novo-RS) afirmou que haverá aumento de juros para todos os
cidadãos e empresas, que serão penalizados pelos inadimplentes.
“Muitos querem que seja aprovado esse
projeto na vã ilusão de que haverá mais facilidade para acessar o
crédito, mas a realidade é completamente outra. Se houver de fato mais
facilidade para acessar o crédito com a aprovação dessa lei, da mesma
forma esse crédito será muito mais caro, os juros dispararão. E teremos,
por tanto, muito mais dificuldade em vermos os cidadãos mais pobres,
que mais necessitam desse crédito, se recuperarem após esse período de
crise, de pandemia”, argumentou.
O relator da proposta rebateu a crítica e
afirmou que é preciso ter sensibilidade neste período de calamidade.
Segundo Lemos, a economia brasileira “está paralisada, amargando
inúmeras perdas em função da restrição de circulação de pessoas por meio
de isolamento e quarentenas”.
“Algumas pessoas falaram de aumento de
juros. Isso não tem nada a ver. A questão é garantir que o bom pagador
não se torne mau pagador e aquele que esteja em situação difícil tenha
acesso ao crédito para cumprir seus compromissos, inclusive com a folha e
com seus fornecedores”, explicou.
Por Heloisa Cristaldo | Agência Brasil
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